17 janeiro 2010

posição de proteção ao piloto

O pouso com forte impacto contra o solo, decorrente de aceleração causada por assimétrica e consequente giro do paraglider, resultou em lesões nos músculos das minhas costas, no dia 02/01/10, em Morrinhos do Sul, RS.
Relatos de outros casos, possivelmente com impactos mais fortes, resultaram em fraturas de braços e/ou pernas, além de fissuras em vértebras.
Segundo uma fisioterapeuta, o cérebro ao perceber que vai ocorrer o impacto envia o comando para que os músculos se contraiam, aumentando a proteção do corpo, mas com o impacto partes do corpo são estancadas e outras continuam sendo lançadas na direção do solo, provocando o estiramento de alguns músculos, que se rompem quando se distendem, que foi o meu caso.
Segundo Frank Brown, no seu curso, o piloto deve adotar a posição fetal no caso de catrapo. Tenho observado que sempre que sofro um colapso, especialmente o front, tendo a me encolher na selete, me sentindo como uma tartaruga, pois a única coisa concreta que sobra é o casco, a selete. No caso do pouso com impacto contra o solo, vejo que a estratégia da tartaruga rendeu menos estragos, pois nenhum membro foi usado para proteção, braços e pernas são frágeis ao impacto quando não é possível utilizar o movimento de flexão. Quando comprimimos uma vareta ela flexiona e rompe, com nossos membros acontece o mesmo.
Acredito que muitas pessoas sofram fraturas por adotar a estratégia dos gatos quando caem de grande altura: estes ficam como se estivessem em pé, com as patas abertas, e com todos os músculos enrigecidos, mas eles tem mais flexibilidade, e uma musculatura muito forte, podem saltar muitas vezes suas alturas, e quando tocam o solo seus membros flexionam e assim amortecem o peso do corpo.
Outro detalhe a destacar: numa queda é mais importante proteger o corpo do que parar o movimento, por isto em muitos casos é aconselhável rolar, desta forma podemos distribuir o impacto em várias partes do corpo, sem sobrecarregar apenas um ponto da estrutura óssea.
Ficou fácil justificar que a estratégia da tartaruga é perfeita para os pilotos de paraglider se protegerem nos colapsos de suas velas, a própria selete foi pensada como um casco de tartaruga, e foi posissionada na parte mais frágil que temos, as costas, onde a coluna concentra todos os nervos responsáveis pela nossa mobilidade.
Há ainda uma diferença que caracteriza as seletes, onde alguns pilotos voam mais sentados, se acham mais seguros, e outros mais deitados, isto pode influenciar o resultado de um impacto contra o solo. No meu caso, por estar mais deitado, não tive a possibilidade de usar as pernas para absorver o impacto, pois estava encolhido, assim toda a responsabilidade ficou para a espuma e o assento com fibra de carbono e uma camada de poliuretano, que não rompeu. A selete cumpriu seu papel e mostrou sua eficiencia.

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